Há muito tempo que não usava este espaço. Na verdade, quanto mais nos afastamos de um lugar, mais abertura damos para o esquecimento, por vezes abandono. Não quero deixar que aconteça. Quando olho para trás vejo quase vinte anos de presença online. E pergunto: o que construí neste espaço de tempo? uma marca, um negócio, um nome? Uma pergunta que me cai em introspecção. Bom, na verdade o meu crescimento no meio virtual, perdeu-se no tempo. Nunca fui uma pessoa muito ambiciosa, ou que tivesse algum tipo de sofreguidão para atingir certos meios. Por isso, não me martirizo, nem culpo por não ter tido uma trajectória ascendente! Tive e tenho os meus períodos de motivação, inspiração, mas nunca imaginei fazer do online uma presença constante e continua. O meu propósito é viver no privado, com partilhas esporádicas do que escolho partilhar.
Escolho o simples, prefiro o lento e procuro a paz, foi sempre esta a minha maior prioridade. O meu caminho por aqui foi vivido com muitas pausas.
A minha forma de expressão criativa tem sido a fotografia. É através do que vejo, capto e edito que me sinto próxima de uma estrutura mais presente.
Obrigada por estarem sempre por aqui.
Sigo-te há imenso tempo, dos tempos da Deva, dos tempos das outras casas, aquela que tanto adoras, a outra onde não foste tão feliz, e o regresso à casa do coração. Recordo os teus textos sobre a Arrábida da tua infância, sobre a neblina nos percursos matinais. Recordo os trabalhos de costura que fazias, recordo sempre as malas com padrões axadrezados que são os meus preferidos. Recordo as tuas fotos, que adoro! Também eu ando a saltitar pelo mundo digital, sem me fixar em lado algum. No fundo, gosto de ver coisas bonitas e de partilhar, umas vezes mais, outras menos. Sem consistência, mas sem perder o rasto, vou-te seguindo por aqui. E gosto tanto do que vejo e leio. Obrigada por, também tu, não largares o mundo virtual.